
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento em que estão presentes:
-Dificuldades na comunicação e interação social
–Padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades
As dificuldades na comunicação e interação social são representadas por:
– Dificuldade na reciprocidade socioemocional: Iniciar ou responder a uma interação social, estabelecer uma conversa, compartilhar interesses, emoções ou afeto.
– Dificuldade na comunicação não-verbal: contato visual, uso de gestos e linguagem corporal.
– Dificuldade em relacionamentos: adequar-se a contextos sociais diferentes, compartilhar brincadeiras, fazer amizades, ter interesse em crianças da mesma idade.
Todos estes três itens devem estar presentes.
Os padrões restritivos e repetitivos são representados por:
– Movimentos repetitivos (estereotipias), como balançar as mãos ou o tronco, andar na ponta dos pés; brincadeiras repetitivas, como alinhar ou enfileirar brinquedos, girar objetos; repetir palavras ou frases.
– Insistência nas mesmas coisas; adesão muito grande a rotinas, com dificuldade em aceitar mudanças; presença de rituais de comportamento; dificuldade em aceitar alimentos diferentes, por exemplo.
– Interesses restritos: Apego excessivo a um objeto ou a um desenho animado, por exemplo; conhecimento específico e extenso sobre um determinado tema.
– Reatividade a estímulos sensoriais: Tanto hiperreatividade (reatividade excessiva) quanto hiporreatividade (pouca reatividade). Os estímulos podem ser táteis, térmicos, auditivos, visuais ou dolorosos. Por exemplo: dificuldade em tocar certas texturas (como grama ou areia), dificuldade em tolerar sons altos, alta tolerância para dor (quando se machuca “parece que não sente dor”).
Pelo menos dois itens devem estar presentes.
Aqui temos alguns exemplos de sinais simples, mas que podem indicar a necessidade de uma investigação por profissional especializado.
Na dúvida, busque ajuda! O reconhecimento precoce é o primeiro passo para que a criança possa ter acesso ao tratamento adequado. Ele auxilia a família a entender o que está acontecendo e como pode melhor apoiá-la.
O diagnóstico é clínico, ou seja, por meio da avaliação da criança por um profissional capacitado, que pode ser um neuropediatra ou psiquiatra infantil.
É realizada uma entrevista com os familiares seguida de observação e avaliação do comportamento da criança, a fim de explorar a presença das características descritas acima.
A identificação precoce proporciona que a criança seja encaminhada mais cedo para o tratamento.
Ele é feito por meio da estimulação ao desenvolvimento da criança, com profissionais capacitados nas áreas de psicologia, fonoaudiologia e terapia ocupacional (dentre outras especialidades que podem ser necessárias de acordo com as necessidades de cada criança)
O início precoce do tratamento resulta em maior qualidade de vida pra criança e sua família.
Dra. Melina Frota – Neuropediatra
CRM 194310 – RQE 903431
Fontes: